Presidente da Fiemt afirma ser favorável à revisão dos incentivos fiscais e defende industrialização de produção agrícola
Gustavo Oliveira defendeu a instalação de indústrias, principalmente para o beneficiamento do algodão e da soja.
Por G1 MT
Gustavo Oliveira, presidente da Fiemt e ex-secretário de Fazenda — Foto: José Medeiros/Gcom-MT
O presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Gustavo Oliveira, disse nesta sexta-feira (23) ser favorável à revisão dos incentivos fiscais, cuja política é alvo de uma CPI instaurada recentemente na Assembleia Legislativa (ALMT), e defendeu a criação de indústrias para gerar mais empregos e beneficiar a produção agrícola do estado.
Na quarta-feira (20), o governo publicou uma portaria para a criação de uma comissão que vai ficar responsável para fazer um pente-fino em 365 processos de concessão de incentivos fiscais a empresas por meio do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial (Prodeic).
“Apoiamos essa revisão, pois temos certeza de que o governo vai verificar duas coisas de maneira inequívoca. Primeiro, que as indústrias fizeram investimentos e que estão preparadas para contribuir com o desenvolvimento do estado e também produzir muito, mas que do outro lado nem tudo isso é suficiente, porque temos uma crise muito grande no país e o estado tem muitos problemas de logística”, afirmou.
Ele lembrou que, no ano passado, a Assembleia Legislativa aprovou uma lei que revisou os incentivos fiscais. As empresas negociavam com o governo e diziam o quanto teriam de incentivos, quantos empregos gerariam e o quanto investiriam. Agora, esses programas são por segmento econômico, cada segmento industrial tem um programa diferente para ele.
“O estado não pode escolher quem será o mais favorecido, o estado tem que dizer quais são as regras e o empresário tem que agir para ser mais competitivo e investir mais. Precisamos tornar o trabalhador cada vez mais produtivo para gerar mais postos de trabalho nas indústrias”, observou.
Ele defendeu a instalação de indústrias, principalmente para o beneficiamento do algodão e da soja.
“O algodão é campeão no agronegócio. Mais de 90% do nosso algodão vai para fora sem processamento, precisamos industrializar esse algodão aqui (em Mato Grosso)", disse.
Mato Grosso é responsável por cerca de 67,1% de toda a produção nacional de algodão, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2018, Mato Grosso estimou uma produção de 3,6 milhões de toneladas, acréscimo de 13,7% em relação à safra 2018. Esse número corresponde a 68,9% da produção nacional.
O estado lidera como maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 26,9% em todas a produção. O segundo lugar fica com Paraná, com 15,5%, e Rio Grande do Sul, 14,6%.
"Aumentar também a industrialização da soja, apenas 30% da soja é industrializada do estado e tem um campo gigantesco de industrialização para acontecer”, avaliou Oliveira, que é ex-secretário de Fazenda de Mato Grosso.
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