quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Um a cada cinco bilionários do mundo é chinês

Um a cada cinco bilionários do mundo é chinês

Estudo da PwC mostra que o país asiático é onde mais surgiram bilionários em 2018
13/12/2018 - 13H11 - ATUALIZADA ÀS 13H11 - POR DANIELA FRABASILE
Bandeira chinesa tremula perto de um conjunto de apartamentos em Pequim ; PIB da China ; produção industrial da China ; economia da China ;  (Foto: Greg Baker/AFP/Getty Images)
O mundo ganhou 332 novos bilionários em 2017. Entre eles, 199 são empreendedores e 61 são herdeiros. Apenas na China, surgiram quase dois novos bilionários a cada semana. Segundo o relatório da PwC, a riqueza total dos bilionários do mundo aumentou US$ 1,4 trilhão em 2017, o maior crescimento já registrado, para US$ 8,9 trilhões. Mais de um terço da riqueza adicionada veio de novos bilionários.
O crescimento do número de bilionários na China surpreende, aponta o relatório. Há 12 anos, o país asiático tinha apenas 16 bilionários. Atualmente, esse número chega a 373 — praticamente um a cada cinco do total mundial.
De acordo com a PwC, os empreendedores chineses estão descobrindo novos mercados entre os 788 milhões de usuários da internet do país e criando negócios que mudam a sociedade em uma velocidade inédita.
“Após vários anos, em 2017 o e-commerce e os negócios de tecnologia explodiram na China. Apenas naquele ano, a riqueza dos bilionários chineses cresceu 39%, para US$ 1,12 trilhão”, diz o relatório. Há, contudo, uma especificidade do mercado chinês de bilionários: uma alta rotatividade. Enquanto 106 pessoas entraram para a lista, 51 saíram dela — o que ilustra os riscos de fazer negócios na China.
Ásia
A prosperidade do ambiente chinês de negócios é vista também em outros países asiáticos. Há 814 bilionários — ou 58% do total mundial — na região denominada APAC, que inclui China, Japão, Austrália e mercados emergentes, como Índia e Indonésia. Mas enquanto a maioria dos bilionários chineses é empreendedor, apenas 60% da região são.
O número de bilionários na região aumentou em 103 em 2017, um crescimento de 14% — o maior registrado no ano. Na Europa, o número de ricaços aumentou 7%, enquanto nas Américas, a taxa de crescimento foi de 5%.
A fortuna dos asiáticos cresceu 32% ao longo do ano passado, para US$ 2,7 trilhões. Se a taxa for mantida, a riqueza dos bilionários da região vai superar a dos americanos em menos de três anos.
Além da China, Índia e Indonésia apresentam condições férteis para a criação de riqueza, aponta a PwC. Com populações enormes e rápida urbanização, há espaço para negócios inovadores que resolvam ineficiências em serviços como varejo e finanças.
Desaceleração nos Estados Unidos e Europa
Os Estados Unidos ainda concentram a maior parte da riqueza dos bilionários, mas a taxa de crescimento tem desacelerado. Em 2017, o incremento foi de 12%, para US$ 3,1 trilhões, bem abaixo da média global. O número de novos bilionários também tem caído: foram 22 em 2017, ante 87 em 2012.
De 2012 a 2017, a riqueza total dos bilionários americanos cresceu 9%  ao ano. No mesmo período, os europeus viram sua fortuna crescer 8% ao ano. Já os bilionários da Ásia tiveram um crescimento anual de 19% em suas fortunas.
Shenzhen desafia o Vale do Silício como berço da inovação
“Em 30 anos, a economia chinesa se desenvolveu de forma a desafiar os Estados Unidos, centro do capitalismo”, diz a PwC. O país asiático superou os EUA como lugar onde a riqueza é criada mais rapidamente. Em 2017, 87 empreendedores chineses se tornaram bilionários, três vezes mais do que os 30 nos Estados Unidos.
Com a nova economia superando a velha, os empreendedores chineses estão criando negócios rapidamente. O país se tornou uma nação “mobile first”, onde os smartphones são uma necessidade na vida das pessoas. Mais de 788 milhões de cidadãos chineses acessam internet por meio de seus celulares. Isso propiciou o acelerado crescimento de mercados de e-commerce, microcrédito e pagamentos móveis.
A China está alcançando os Estados Unidos rapidamente, diz a consultoria. Entre 2016 e 2018, 62 empresas nos EUA ganharam status de unicórnios (startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão). Na China, 50 empresas alcançaram esse patamar no período. Com isso, há 119 unicórnios nos EUA e 67 na China. Em financiamento de startups via venture capital, o país asiático alcançou os Estados Unidos no ano passado.
E apesar de os Estados Unidos continuarem a ser o maior mercado de tecnologia, a China registrou quatro vezes mais patentes relacionadas a inteligência artificial, e três vezes mais em blockchain em 2017, duas tecnologias consideradas como promissoras para os negócios no futuro.
A PwC aponta que os bilionários chineses são diferentes dos demais. Além de mais novos — eles têm em média 55 anos, ante 64 na média global — são permanentemente inovadores e estão sempre em busca de novas oportunidades de acelerar o crescimento de suas empresas.
Setores
Os bilionários cuja fortuna teve origem no setor de consumo — incluindo alimentos, cosméticos e bebidas — foram os que mais ganharam ao longo de 2017, com um acréscimo de US$ 360 bilhões. O setor de tecnologia foi o segundo, com crescimento de US$ 250 bilhões. Os magnatas de materiais ficam em terceiro lugar, tendo aumentado suas fortunas em US$ 182 bilhões.

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