Rondônia e seus parceiros vão exportar 200 mil toneladas/mês de borracha ao Irã
— Publicada em 15 de dezembro de 2018 às 10:22
Em rápido pronunciamento nesta sexta-feira (14), no Palácio Rio Madeira, após a reunião com a comitiva de empresários bolivianos e brasileiros sobre a exportação de borracha para o Irã, o secretário adjunto da Casa Civil, Helder Risler, afirmou que Rondônia e seus parceiros tem condições de exportar, já a partir de março próximo, 200 mil toneladas de borracha por mês.
O país persa, que sofre um pesado embargo do governo norte americano, para aquisição de borracha sintética, está livre para comprar o látex do seringal nativo, e apresentou a Rondônia uma proposta para compra 400 mil toneladas/mês, o que só será possível com a união e esforço de seus parceiros, entre eles os Departamentos de Beni e Pando, da República da Bolívia, além do Estado do Acre e Região Sul do Amazonas.
Risler disse que foi uma reunião produtiva pelo que foi discutido e acordado, reconhecendo importantes avanços nesta discussão sobre a produção e exportação de borracha, que já foi o mais importante produto da exportação brasileira, e que agora retoma o caminho. Para ele, a decisão de unir os esforços se justifica porque “sozinha Rondônia não tem capacidade de formar o estoque exigido pelos iranianos, mas a Mesa da Irmandade formará parcerias com os vizinhos”, explicou, reconhecendo que a reunião poderia avançar na discussão de outros temas, não sendo possível por falta de tempo.
Na sua visão este momento pode ser um novo “boom” para o setor da borracha, a partir das primeiras exportações, pelo porto organizado de Porto Velho: “Ainda temos imensos seringais nativos aí, fazendo sombra, dando lucro ambiental, mas eles, os donos, não fazem uso econômico, quem sabe seja esse o novo ciclo da borracha na região”.
O secretário disse também que tudo só está começando, e que um negócio puxa outro. “Na recente visita dos iranianos, a delegação empresarial manifestou interesse em adquirir 5 mil toneladas de carne bovina/mês a partir de fevereiro de 2019. Então, frigoríficos com certificação internacional para o abate animal poderão expandir mercados”.
Da reunião em que participaram os mais importantes empresários do setor de transportes, entre eles o Grupo BDX de Transportes e Socorro Carvalho Transportes, além de empresários da Bolívia (GAD – Pando e Asprogoalpd), restou confirmado consenso sobre o preço (US$ 5,00) o quilo da borracha colocada em Manaus, valor considerado bom em comparação ao da praça de São Paulo, de US$ 6,50.
O empresário Dario Lopes, do Grupo BDX, revelou-se satisfeito com o estabelecimento do consenso sobre o preço da borracha local, mas disse que outros assuntos ficaram pendentes de discussão, entre eles o projeto de exportação de soja para a Coreia do Sul e a definição sobre o Porto Franco da Bolívia em Porto Velho (um terminal próprio para os exportadores bolivianos), que ficaram para outra reunião.
Autor / Fonte: Cleuber Rodrigues Pereira/Secom
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