Publicado por: Fábio Santos em 04/01/2019 às 18:26
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O ano de 2019 mal começou e já muitas mudanças ligadas ao agronegócio. Com o início do governo Bolsonaro, algumas demandas antigas do setor produtivo parecem que finalmente vão virar realidade. O blogseparou cinco temas que merecem atenção e que devem gerar impacto imediato no setor. Confira:
Economia
O ambiente de otimismo que tomou conta do país nestes últimos dias após a posse do presidente Jair Bolsonaro dá sinais de que veio para ficar. A pauta econômica aparece como prioridade, a equipe com caráter técnico tem o diagnóstico claro do que é preciso ser feito para colocar a casa em ordem. Mais do que saber o que precisa ser feito, é necessário costurar estratégias com o Congresso Nacional e o apoio do PSL ao nome de Rodrigo Maia (DEM-RJ) na disputa pela presidência da Câmara indica que parte do dever de casa já começou a ser feito para que o governo trabalhe com o legislativo ao seu lado.
A conjuntura é favorável ao avanço do país, de um lado pela disposição da equipe de Bolsonaro de cuidar dos problemas estruturais (com reformas, por exemplo) e de outro lado as circunstâncias são favoráveis já que ninguém mais aguenta pessimismo, o que gera uma força pró renovação econômica entre nós brasileiros.
O efeito da lua de mel e das boas expectativas do mercado em relação ao novo momento de gestão econômica no Brasil levou o dólar a cair mais de 4% nesta semana. A moeda encerrou a sexta-feira cotada em R$ 3,71, um dos mais baixos patamares em, pelo menos, três meses. Se a tendência de queda permanecer, como indica a maioria dos economistas (caso o governo seja bem-sucedido nos projetos de reformas), os produtores rurais sentirão os efeitos da queda do dólar no bolso. A safra de soja foi plantada com a moeda norte-americana ao redor de R$ 4 (ou seja, com custos mais altos) e agora tende a ser vendida com moeda ao redor de R$ 3,50 o que, claramente, é um risco para a rentabilidade de setores, como o produtor de soja que majoritariamente é voltado para a exportação.
Agronegócio e mercado externo
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, enfatizou já no discurso de posse a necessidade de promover o agronegócio. Não lembro de ter visto antes um chanceler, no momento que assume o cargo, valorizar o setor como ele o fez. A ideia de criar um departamento de agronegócio no Itamaraty para buscar novos mercados para os produtores nacionais mostra que a direção do governo está correta e os esforços tendem a frutificar, se mantiverem focados no que importa, como a criação de acordos bilaterais e conquistas de novos compradores.
Se de um lado o setor produtivo comemora a forma como Araújo vê o agro, de outro lado há um ambiente de preocupação com efeitos que a troca de embaixada do Brasil em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém pode causar nas exportações do setor de carnes, já que os países árabes – inimigos históricos dos israelenses – consomem 34% das nossas exportações e 32% da carne bovina.
A presença de Benjamin Netanyahu, primeiro ministro de Israel, na posse de Bolsonaro foi um sinal cordial e que pode ser retribuído com a troca de embaixada já ventilada pelo presidente. Há poucas semanas, a Liga dos Países Árabes ameaçou tomar medidas econômicas contra o Brasil caso se consolide a troca. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, ao assumir o cargo, disse que o diálogo com os árabes está em aberto. Sem dúvida, esse é um canal de escoamento importante da nossa produção e perdas seriam relevantes para o mercado brasileiro. Neste assunto, é importante observar com atenção os próximos passos do governo.
Segurança no Campo
Promessas de campanha já começaram a ser cumpridas, a exemplo da flexibilização da posse de armas, ideia que levou muitos produtores a abraçarem Bolsonaro já no pré-eleição. Nesta semana o presidente disse que a meta é publicar um decreto ainda neste mês para facilitar a posse de armas, inclusive, para cidadãos que vivem no campo. A declaração foi bem recebida por boa parte do setor produtivo, já que a patrulha rural e o policiamento no campo praticamente inexistem em vários locais e tornam vulneráveis aqueles que vivem ou trabalham nas áreas mais afastadas da cidade.
A demanda de quem vive em áreas afastadas da cidade é legítima, pois só quem vive em locais mais remotos sabe o quanto a insegurança assusta. Não são raros os casos de produtores e trabalhadores rurais feitos reféns em propriedades (pequenas e grandes) e vítimas de roubo. Idealmente seria melhor não precisarmos de armas, mas nas condições da área rural hoje no Brasil a posse pode minimamente dar uma sensação de mais segurança.
Desafio na safra
Consultorias privadas estão avaliando as perdas da safra de soja no Brasil. As estimativas de quebra variam de 4 até 10 milhões de toneladas. A norte-americana FCStone divulgou nesta sexta, dia 4, o relatório em que projeta safra de 116 milhões de toneladas, quase quatro a menos do que a produção atingida no ciclo passado aqui no Brasil. Se as perdas se intensificarem, dirigentes da Associação dos Produtores de Soja do Brasil afirmam que será necessário prorrogar financiamentos de custeio e de investimentos junto aos bancos.
Ainda é cedo para falar de prorrogação de dívida, mas é importante monitorarmos a situação e o fluxo de caixa dos produtores para ver se haveria um comprometimento efetivo da capacidade de pagamento. Só com o passar dos dias e com o monitoramento da condição climática saberemos se o governo precisaria tomar uma posição de intervir para ajudar o setor. Especialistas afirmam que os recordes de safra levaram à recorde de receita no setor produtivo, o que dificilmente geraria necessidade de socorro por parte do governo até porque isso impactaria os gastos orçamentários da política agrícola do governo em 2019.
Publicado por: Fábio Santos em 04/01/2019 às 18:26
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O ano de 2019 mal começou e já muitas mudanças ligadas ao agronegócio. Com o início do governo Bolsonaro, algumas demandas antigas do setor produtivo parecem que finalmente vão virar realidade. O blogseparou cinco temas que merecem atenção e que devem gerar impacto imediato no setor. Confira:
Economia
O ambiente de otimismo que tomou conta do país nestes últimos dias após a posse do presidente Jair Bolsonaro dá sinais de que veio para ficar. A pauta econômica aparece como prioridade, a equipe com caráter técnico tem o diagnóstico claro do que é preciso ser feito para colocar a casa em ordem. Mais do que saber o que precisa ser feito, é necessário costurar estratégias com o Congresso Nacional e o apoio do PSL ao nome de Rodrigo Maia (DEM-RJ) na disputa pela presidência da Câmara indica que parte do dever de casa já começou a ser feito para que o governo trabalhe com o legislativo ao seu lado.
A conjuntura é favorável ao avanço do país, de um lado pela disposição da equipe de Bolsonaro de cuidar dos problemas estruturais (com reformas, por exemplo) e de outro lado as circunstâncias são favoráveis já que ninguém mais aguenta pessimismo, o que gera uma força pró renovação econômica entre nós brasileiros.
O efeito da lua de mel e das boas expectativas do mercado em relação ao novo momento de gestão econômica no Brasil levou o dólar a cair mais de 4% nesta semana. A moeda encerrou a sexta-feira cotada em R$ 3,71, um dos mais baixos patamares em, pelo menos, três meses. Se a tendência de queda permanecer, como indica a maioria dos economistas (caso o governo seja bem-sucedido nos projetos de reformas), os produtores rurais sentirão os efeitos da queda do dólar no bolso. A safra de soja foi plantada com a moeda norte-americana ao redor de R$ 4 (ou seja, com custos mais altos) e agora tende a ser vendida com moeda ao redor de R$ 3,50 o que, claramente, é um risco para a rentabilidade de setores, como o produtor de soja que majoritariamente é voltado para a exportação.
Agronegócio e mercado externo
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, enfatizou já no discurso de posse a necessidade de promover o agronegócio. Não lembro de ter visto antes um chanceler, no momento que assume o cargo, valorizar o setor como ele o fez. A ideia de criar um departamento de agronegócio no Itamaraty para buscar novos mercados para os produtores nacionais mostra que a direção do governo está correta e os esforços tendem a frutificar, se mantiverem focados no que importa, como a criação de acordos bilaterais e conquistas de novos compradores.
Se de um lado o setor produtivo comemora a forma como Araújo vê o agro, de outro lado há um ambiente de preocupação com efeitos que a troca de embaixada do Brasil em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém pode causar nas exportações do setor de carnes, já que os países árabes – inimigos históricos dos israelenses – consomem 34% das nossas exportações e 32% da carne bovina.
A presença de Benjamin Netanyahu, primeiro ministro de Israel, na posse de Bolsonaro foi um sinal cordial e que pode ser retribuído com a troca de embaixada já ventilada pelo presidente. Há poucas semanas, a Liga dos Países Árabes ameaçou tomar medidas econômicas contra o Brasil caso se consolide a troca. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, ao assumir o cargo, disse que o diálogo com os árabes está em aberto. Sem dúvida, esse é um canal de escoamento importante da nossa produção e perdas seriam relevantes para o mercado brasileiro. Neste assunto, é importante observar com atenção os próximos passos do governo.
Segurança no Campo
Promessas de campanha já começaram a ser cumpridas, a exemplo da flexibilização da posse de armas, ideia que levou muitos produtores a abraçarem Bolsonaro já no pré-eleição. Nesta semana o presidente disse que a meta é publicar um decreto ainda neste mês para facilitar a posse de armas, inclusive, para cidadãos que vivem no campo. A declaração foi bem recebida por boa parte do setor produtivo, já que a patrulha rural e o policiamento no campo praticamente inexistem em vários locais e tornam vulneráveis aqueles que vivem ou trabalham nas áreas mais afastadas da cidade.
A demanda de quem vive em áreas afastadas da cidade é legítima, pois só quem vive em locais mais remotos sabe o quanto a insegurança assusta. Não são raros os casos de produtores e trabalhadores rurais feitos reféns em propriedades (pequenas e grandes) e vítimas de roubo. Idealmente seria melhor não precisarmos de armas, mas nas condições da área rural hoje no Brasil a posse pode minimamente dar uma sensação de mais segurança.
Desafio na safra
Consultorias privadas estão avaliando as perdas da safra de soja no Brasil. As estimativas de quebra variam de 4 até 10 milhões de toneladas. A norte-americana FCStone divulgou nesta sexta, dia 4, o relatório em que projeta safra de 116 milhões de toneladas, quase quatro a menos do que a produção atingida no ciclo passado aqui no Brasil. Se as perdas se intensificarem, dirigentes da Associação dos Produtores de Soja do Brasil afirmam que será necessário prorrogar financiamentos de custeio e de investimentos junto aos bancos.
Ainda é cedo para falar de prorrogação de dívida, mas é importante monitorarmos a situação e o fluxo de caixa dos produtores para ver se haveria um comprometimento efetivo da capacidade de pagamento. Só com o passar dos dias e com o monitoramento da condição climática saberemos se o governo precisaria tomar uma posição de intervir para ajudar o setor. Especialistas afirmam que os recordes de safra levaram à recorde de receita no setor produtivo, o que dificilmente geraria necessidade de socorro por parte do governo até porque isso impactaria os gastos orçamentários da política agrícola do governo em 2019.
Publicado por: Fábio Santos em 04/01/2019 às 18:26
100Share0
O ano de 2019 mal começou e já muitas mudanças ligadas ao agronegócio. Com o início do governo Bolsonaro, algumas demandas antigas do setor produtivo parecem que finalmente vão virar realidade. O blogseparou cinco temas que merecem atenção e que devem gerar impacto imediato no setor. Confira:
Economia
O ambiente de otimismo que tomou conta do país nestes últimos dias após a posse do presidente Jair Bolsonaro dá sinais de que veio para ficar. A pauta econômica aparece como prioridade, a equipe com caráter técnico tem o diagnóstico claro do que é preciso ser feito para colocar a casa em ordem. Mais do que saber o que precisa ser feito, é necessário costurar estratégias com o Congresso Nacional e o apoio do PSL ao nome de Rodrigo Maia (DEM-RJ) na disputa pela presidência da Câmara indica que parte do dever de casa já começou a ser feito para que o governo trabalhe com o legislativo ao seu lado.
A conjuntura é favorável ao avanço do país, de um lado pela disposição da equipe de Bolsonaro de cuidar dos problemas estruturais (com reformas, por exemplo) e de outro lado as circunstâncias são favoráveis já que ninguém mais aguenta pessimismo, o que gera uma força pró renovação econômica entre nós brasileiros.
O efeito da lua de mel e das boas expectativas do mercado em relação ao novo momento de gestão econômica no Brasil levou o dólar a cair mais de 4% nesta semana. A moeda encerrou a sexta-feira cotada em R$ 3,71, um dos mais baixos patamares em, pelo menos, três meses. Se a tendência de queda permanecer, como indica a maioria dos economistas (caso o governo seja bem-sucedido nos projetos de reformas), os produtores rurais sentirão os efeitos da queda do dólar no bolso. A safra de soja foi plantada com a moeda norte-americana ao redor de R$ 4 (ou seja, com custos mais altos) e agora tende a ser vendida com moeda ao redor de R$ 3,50 o que, claramente, é um risco para a rentabilidade de setores, como o produtor de soja que majoritariamente é voltado para a exportação.
Agronegócio e mercado externo
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, enfatizou já no discurso de posse a necessidade de promover o agronegócio. Não lembro de ter visto antes um chanceler, no momento que assume o cargo, valorizar o setor como ele o fez. A ideia de criar um departamento de agronegócio no Itamaraty para buscar novos mercados para os produtores nacionais mostra que a direção do governo está correta e os esforços tendem a frutificar, se mantiverem focados no que importa, como a criação de acordos bilaterais e conquistas de novos compradores.
Se de um lado o setor produtivo comemora a forma como Araújo vê o agro, de outro lado há um ambiente de preocupação com efeitos que a troca de embaixada do Brasil em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém pode causar nas exportações do setor de carnes, já que os países árabes – inimigos históricos dos israelenses – consomem 34% das nossas exportações e 32% da carne bovina.
A presença de Benjamin Netanyahu, primeiro ministro de Israel, na posse de Bolsonaro foi um sinal cordial e que pode ser retribuído com a troca de embaixada já ventilada pelo presidente. Há poucas semanas, a Liga dos Países Árabes ameaçou tomar medidas econômicas contra o Brasil caso se consolide a troca. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, ao assumir o cargo, disse que o diálogo com os árabes está em aberto. Sem dúvida, esse é um canal de escoamento importante da nossa produção e perdas seriam relevantes para o mercado brasileiro. Neste assunto, é importante observar com atenção os próximos passos do governo.
Segurança no Campo
Promessas de campanha já começaram a ser cumpridas, a exemplo da flexibilização da posse de armas, ideia que levou muitos produtores a abraçarem Bolsonaro já no pré-eleição. Nesta semana o presidente disse que a meta é publicar um decreto ainda neste mês para facilitar a posse de armas, inclusive, para cidadãos que vivem no campo. A declaração foi bem recebida por boa parte do setor produtivo, já que a patrulha rural e o policiamento no campo praticamente inexistem em vários locais e tornam vulneráveis aqueles que vivem ou trabalham nas áreas mais afastadas da cidade.
A demanda de quem vive em áreas afastadas da cidade é legítima, pois só quem vive em locais mais remotos sabe o quanto a insegurança assusta. Não são raros os casos de produtores e trabalhadores rurais feitos reféns em propriedades (pequenas e grandes) e vítimas de roubo. Idealmente seria melhor não precisarmos de armas, mas nas condições da área rural hoje no Brasil a posse pode minimamente dar uma sensação de mais segurança.
Desafio na safra
Consultorias privadas estão avaliando as perdas da safra de soja no Brasil. As estimativas de quebra variam de 4 até 10 milhões de toneladas. A norte-americana FCStone divulgou nesta sexta, dia 4, o relatório em que projeta safra de 116 milhões de toneladas, quase quatro a menos do que a produção atingida no ciclo passado aqui no Brasil. Se as perdas se intensificarem, dirigentes da Associação dos Produtores de Soja do Brasil afirmam que será necessário prorrogar financiamentos de custeio e de investimentos junto aos bancos.
Ainda é cedo para falar de prorrogação de dívida, mas é importante monitorarmos a situação e o fluxo de caixa dos produtores para ver se haveria um comprometimento efetivo da capacidade de pagamento. Só com o passar dos dias e com o monitoramento da condição climática saberemos se o governo precisaria tomar uma posição de intervir para ajudar o setor. Especialistas afirmam que os recordes de safra levaram à recorde de receita no setor produtivo, o que dificilmente geraria necessidade de socorro por parte do governo até porque isso impactaria os gastos orçamentários da política agrícola do governo em 2019.
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